Após destróieres, governo Trump envia 'esquadrão anfíbio' com 3 navios de guerra para costa da Venezuela, diz agência

  • 21/08/2025
(Foto: Reprodução)
Entenda a escalada de tensões entre governo Trump e EUA Os Estados Unidos enviaram um esquadrão anfíbio com três navios para o sul do Caribe para se somar aos três destróieres já despachados à região, disseram à agência de notícias Reuters dois oficiais americanos informados sobre a operação na noite de quarta-feira (20). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo o governo Trump, o envio de navios de guerra à região tem o objetivo de enfrentar ameaças de cartéis de drogas latino-americanos. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na quarta-feira que "os EUA se acham donos do mundo", chamou a mobilização militar de agressão imperialista e que Trump usa as operações contra o tráfico de drogas como pretexto para intervir no país. Segundo os oficiais ouvidos pela Reuters, que falaram sob condição de anonimato, o USS San Antonio, o USS Iwo Jima e o USS Fort Lauderdale podem chegar à costa da Venezuela já no domingo (24). Os navios formam o Grupo de Prontidão Anfíbia Iwo Jima e transportam, juntos, 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais, disseram as fontes. (Veja fotos dos navios abaixo) O Departamento de Defesa dos EUA anunciou na segunda-feira o envio do esquadrão anfíbio, que teria ocorrido no dia 14, porém não disse para onde os navios foram despachados, alegou apenas se tratar de "um deslocamento programado". Navio anfíbio USS Iwo Jima, integrante do grupo de combate Iwo Jima da Marinha dos Estados Unidos. Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos Navio anfíbio USS Fort Lauderdale, integrante do grupo de combate Iwo Jima da Marinha dos Estados Unidos. Tenente-general Regina Gulli/Marinha dos Estados Unidos Navio anfíbio USS San Antonio, integrante do grupo de combate Iwo Jima da Marinha dos Estados Unidos. Sargento Nathan Mitchell/Marinha dos Estados Unidos As fontes da Reuters se recusaram a detalhar a missão específica do esquadrão, mas disseram que os recentes deslocamentos têm como objetivo enfrentar ameaças à segurança nacional dos EUA vindas de “organizações narco-terroristas” especialmente designadas na região. Um esquadrão anfíbio como o Iwo Jima pode ser utilizado para operações de invasão, porém especialistas em guerra julgam que a quantidade de veículos e militares mobilizados pelos EUA até o momento são considerados de pequena escala para um ataque terrestre. Os navios USS San Antonio e USS Fort Lauderdale são considerados plataformas de transporte anfíbias, e cada um deles comporta o lançamento de até quatro helicópteros de ataque —ou dois helicópteros de transporte trimotor V-22 Osprey— e 14 veículos anfíbios de assalto. Além disso, são equipados com lançadores de mísseis, um sistema de canhões e metralhadoras para defesa própria. Já o USS Iwo Jima é catalogado como um navio de assalto anfíbio multipropósito que pode carregar veículos blindados de assalto, aeronaves e é equipado com sistemas de mísseis antiaéreos para defesa. Trump fez do combate aos cartéis de drogas uma meta central de sua administração, como parte de um esforço mais amplo para limitar a migração e reforçar a segurança na fronteira sul dos EUA. Em fevereiro, o governo Trump classificou o Cartel de Sinaloa, do México, e outros grupos de narcotráfico, assim como a organização criminosa venezuelana Tren de Aragua, como organizações terroristas globais, no momento em que Trump intensificava a repressão à imigração contra supostos membros de gangues. Escalada de tensões EUA x Venezuela Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters Estados Unidos e Venezuela enfrentam nas últimas semanas uma escalada de tensões que envolve combate ao narcotráfico, navios de guerra com promessa de 'força total', e mobilização de milhões de milicianos. Maduro anunciou na segunda-feira a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos Estados Unidos. A Milícia Bolivariana é composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais. Ela foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). O grupo atua como um apoio ao Exército na "defesa da nação". "Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas" perante "a renovação das ameaças" disse Maduro. "A paz, a tranquilidade e a soberania serão protegidas. (...) Nenhum império tocará a terra sagrada da Venezuela, nenhum império no mundo pode tocar a terra sagrada da América do Sul", acrescentou. EUA enviam navios de guerra para a costa da Venezuela O anúncio ocorreu horas após os EUA terem enviado três navios de guerra para a costa da Venezuela para combater o narcotráfico na região, segundo agências de notícias internacionais. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os EUA utilizarão "toda a força" contra o regime Maduro. A ação também serve para aplicar mais pressão sobre Maduro, que teve a recompensa por sua captura dobrada para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) pelo governo Trump. A presença dos navios, no entanto, tem efeito dissuasório visando o tráfego marítimo ligado ao narcotráfico na região, e um ataque direto em solo venezuelano seria improvável, porque seria algo mais grave e complexo em termos políticos, segundo o professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard Vitelio Brustolin. "O que os EUA estão fazendo é emitir um sinal de força e um meio de coerção com capacidade para ataques pontuais, se autorizados, e não uma arquitetura completa de mudança de regime. As ações dos últimos dias ampliam a capacidade de interdição e de ataques de precisão e são ferramentas de pressão, mas não equivalem a uma ordem pública para derrubar o governo da Venezuela", afirmou Brustolin ao g1. Brustolin disse ainda que Maduro usa a investida dos EUA para unir a população em torno de uma causa, e que a convocação dos milicianos serve para elevar custos políticos de qualquer ação americana e reforçar prontidão interna na Venezuela. Segundo Maduro, seu plano envolve a mobilização de milícias camponesas e operárias "em todas as fábricas e locais de trabalho do país" e o fornecimento de "mísseis e rifles para a classe trabalhadora, a fim de defender nossa pátria".

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/21/governo-trump-envia-esquadrao-anfibio-para-costa-venezuela-diz-agencia.ghtml


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