Alta no consumo de drogas nos EUA motivou envio militar à América Latina; substâncias mais usadas não vêm da Venezuela

  • 20/08/2025
(Foto: Reprodução)
Trump ordena que militares americanos atuem, inclusive em outros países, no combate aos cartéis de droga Nesta semana, enquanto Donald Trump mantinha negociações pelo fim da guerra na Ucrânia, o governo dos Estados Unidos lidava com um conflito próprio, contra cartéis de drogas na América Latina. As Forças Armadas norte-americanas começaram a enviar tropas para a América Latina para enfrentar grupos criminosos na região com o argumento de combater a fonte de uma das principais crises internas dos EUA: o consumo de drogas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da agência da ONU para drogas e crimes, o uso de entorpecentes cresceu ligeiramente nos EUA nos últimos anos. A subida foi capitaneada pela "epidemia" de fentanil, opioide que tomou grandes cidades como Los Angeles e matou mais de 70 mil pessoas por overdose só em 2023. Embora as substâncias químicas que compõem o fentanil venham da China, é em milhares de laboratórios no México onde a droga é fabricada, antes de ser levada aos EUA pela fronteira com os EUA. A cocaína, consumida por cerca de 2% da população total nos EUA, também vem majoritariamente de países como Colômbia, Bolívia e Peru. As drogas mais usadas pelos americanos não vêm da Venezuela, que trava uma escalada de tensões com envio de navios de guerra e mobilização de milicianos. Segundo o Relatório Mundial da agência da ONU para drogas e crimes, as drogas mais consumidas nos EUA são: Cannabis, cujo consumo e porte, dependendo do estado norte-americano, pode ser liberado ou alvo de punição (veja mapa abaixo); Opioides, como o fentanil; Anfetaminas; Cocaína; Ecstasy. O cenário fez o governo Trump a adotar uma postura e discurso agressivos desde o início de seu segundo mandato, em janeiro de 2025, principalmente contra cartéis de drogas latino-americanos, considerados os principais fornecedores dessas substâncias aos Estados Unidos. Na semana passada, Washington anunciou o envio de tropas norte-americanas para diferentes regiões da América Latina — o Brasil não está incluído na rota, a princípio. Segundo o jornal "The New York Times", Trump ordenou que as tropas americanas mirem grupos no México e na Venezuela, como o Tren de Aragua e o MS-13, e a operação contemplaria ações em solo, por mar e ataques aéreos. Operação contra cartéis Na semana passada, os Estados Unidos começaram a enviar tropas para a América Latina para enfrentar ameaças de cartéis de drogas na região, segundo a agência de notícias Reuters. Tropas das forças aéreas e navais foram despachadas pelo Departamento de Defesa americano para o sul do Mar do Caribe. Uma autoridade militar americana disse à Reuters que, no total, cerca de quatro mil marinheiros e fuzileiros navais devem ser mobilizados nos esforços do governo Trump na região sul do Caribe. Essa autoridade, que falou à Reuters sob condição de anonimato, afirmou que o reforço de ativos militares na região mais ampla incluirá vários aviões espiões P-8, navios de guerra e ao menos um submarino de ataque. Segundo a fonte da agência, o processo deverá se estender por vários meses e a previsão é que operem no espaço aéreo e em águas internacionais. Os ativos navais poderão ser usados não apenas para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados, caso seja tomada essa decisão, acrescentou o funcionário. EUA enviam navios de guerra para o sul do Caribe Editoria de Arte/g1 Venezuela O plano de Trump contra drogas também abriu uma nova crise entre Estados Unidos e Venezuela. Como parte da operação, os EUA deslocaram também três navios de guerra para o sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, sob a alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas, segundo agências de notícias. Em paralelo, o governo Trump também aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa oferecida por informações que levem à captura de Maduro —os EUA acusam o líder venezuelano de liderar cartel de drogas e ser "um dos maiores narcotraficantes do mundo". Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters Como reação, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (19) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos Estados Unidos. "Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas", anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar "tarefas" perante "a renovação das ameaças" dos Estados Unidos contra a Venezuela. A Milícia Bolivariana é composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais divulgados pelo governo venezuelano. Ela foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, que governou entre 1999 e 2013, e se tornou posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). O grupo atua como um apoio ao Exército na "defesa da nação".

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/21/alta-no-uso-de-drogas-nos-eua-motivou-envio-de-tropas-para-a-america-latina-saiba-quais-sao-as-mais-consumidas.ghtml


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